Mandamento 10 – Regozijem-se e Saltem de alegria - Ame o Senhor de Todo o Seu Coração!

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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Mandamento 10 – Regozijem-se e Saltem de alegria

Mandamento 10 – Regozijem-se e Saltem de alegria


MANDAMENTO 10
Bem-aventurados serão vocês, quando os odiarem, expulsarem e insultarem, e eliminarem o nome de vocês, como sendo mau, por causa do filho do homem. Regozijem-se nesse dia e saltem de alegria, porque grande é a sua recompensa no céu. Pois assim os antepassados deles trataram os profetas. (LUCAS 6.22,23)
 Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano. Contudo, aleqrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus. (LUCAS 10.19,20)
 O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. (MATHEUS 13.44)
 Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa. (JOÃO 15.11)
ALEGRIA SURPREENDENTE
O mandamento de Jesus: “Regozijem -se [ ... ] e saltem de alegria” (Lucas 6.23; v. Mateus 5.12) tem tantos motivos para nos deixar confusos, que seriam necessários muitos livros para revelar todas as suas surpreendentes implicações. Meio século atrás, C. S. Lewis reagiu assim diante da surpresa de constatar a evidência inabalável nos Evangelhos:
Se pensarmos seriamente nas promessas audaciosas de recompensa e na natureza desconcertante das recompensas prometidas nos evangelhos, teremos a ideia de que nosso Senhor não considera nossos desejos fortes demais, e sim fracos demais. Somos criaturas sem entusiasmo, que se enganam com bebida, sexo e ambição quando existe uma alegria infinita oferecida a nós. Agimos como uma criança ignorante que deseja continuar a fazer bolinhos de lama num cortiço porque não é capaz de imaginar o que significa receber o convite para passar um fim de semana à beira-mar. Contentamos com muito pouco.
Em outras palavras, o mandamento de Jesus para sermos felizes não é insignificante nem supérfluo. É um chamado vibrante para quem está encontrando felicidade nos lugares errados. A solução de Jesus para o nosso amor ao pecado não é arrancar nossos olhos pecami­nosos e lançá-los fora (Mateus 5.29). Ele deseja que sejamos domi­nados pela alegria dentro de uma realidade, isto é, Deus.
 ”CHEIO DE ALEGRIA, FOI, VENDEU TUDO O QUE TINHA”
O ponto central da pregação de Jesus era a declaração de que o Rei­no do céu estava próximo. Jesus queria dizer que ele era o Rei e que sua obra tinha como finalidade a chegada do Reino de Deus (Lucas 11.20; 17.20,21). Para mostrar ao povo como o Reino chegaria, ele contou uma curta parábola: “O Reino dos céus é como um te­souro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo” (Mateus 13.44).
O significado da parábola é que a presença salvadora e o Reino soberano de Deus são tão preciosos que, quando as pessoas os vire­m como realmente são – um tesouro escondido no campo -, perceberão que nada é tão valioso quanto a imensa fortuna de fazer parte desse Reino. Jesus não deixa dúvida nenhuma a respeito da experiência interna dessa “conversão”. Ela é movida pela alegria. Ele diz: “Cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo”. Não poderia ser de outra forma. Jesus veio ao mundo para tra­zer boas novas, não notícias más. Ele não está nos convidando para fazer parte de urna religião movida pela força de vontade, que exige apenas deveres e não proporciona nenhuma satisfação. Ele nos convida a nos aproximarmos dele e de seu Pai. Ele nos convida a sentirmos alegria. Não alegria em coisas materiais, claro. Jesus não está pregando um evangelho de saúde, riqueza e prosperidade – o evangelho que, lamentavelmente, os Estados Unidos exportam para mundo. Ele está pregando a alegria em Deus e em seu Filho.
É por isso que a parábola descreve a vinda do Reino como o ato – “vender tudo”. O mandamento de Jesus em relação à alegria é que não devemos nos afastar um milímetro do mandamento radical de Lucas 14.33: ” … qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”. Renunciamos a todas as coisas materiais que nos dão alegria porque encontramos o tesouro escondido no campo e fomos orientados a perceber que esse tesou­ro – esse Deus glorioso – é infinitamente mais precioso que tudo que possuímos ou podemos possuir neste mundo. É por isso que renunciamos a tudo com alegria.
A AUTONEGAÇÃO E A BUSCA PELA ALEGRIAEste é o significado da autonegação: renunciar a tudo neste mundo para ter Jesus. Venda tudo, para que possa ter o Reino. C. S. Lewis captou o espírito desse mandamento de Jesus quando escreveu:
O Novo Testamento tem muito a dizer a respeito da autonegação, mas não a respeito da autonegação como um fim em si. Recebemos o mandamento de negar a nós mesmos e tomar a nossa cruz para seguir a Cristo; e quase toda a descrição do que acabaremos por encontrar, se a obedecermos, contém um apelo para o desejo.
Negamos a nós mesmos porque existe uma grande recompensa por trás da autonegação. Jonathan Edwards aprofunda-se mais no assunto ao analisar o relacionamento do mandamento de Jesus acerca da autonegação com seu mandamento a respeito da alegria.
A autonegação também será reconhecida entre os problemas das pessoas piedosas [...]. Mas aqueles que tentaram negar a si mesmos podem dar o testemunho de que nunca sentiram satisfação ou alegria maiores do que após grandes atos de autonegação. A autonegação destrói a raiz e o alicerce da tristeza e pode ser comparada ao ato de se lancetar uma ferida grave e dolorosa, de modo que seja curada e traga saúde em abundância, como recompensa pela dor da cirurgia.
Se isso for verdade, o mandamento da autonegação é outra forma de Jesus nos convidar a buscar radicalmente nossa alegria mais profunda e mais duradoura. As duas ordens não competem entre si. Assemelham-se ao mandamento de livrar-se de um câncer e ao de submeter-se à cirurgia.
NOSSA ALEGRIA NÃO ESTÁ NA PROSPERIDADE ACIMA DE TUDO, MAS NA OBEDIÊNCIA E SOFRIMENTO
O que mais nos confunde quando Jesus diz: “Regozijem-se [ ... ] e saltem de alegria” é que ele dá esse mandamento precisamente no contexto do sofrimento. “Bem-aventurados serão vocês, quando os odiarem, expulsarem e insultarem, e eliminarem o nome de vocês, como sendo mau, por causa do Filho do homem. Regozijem-se nesse dia e saltem de alegria, porque grande é a sua recompensa no céu. Pois assim os antepassados deles trataram os profetas” (Lucas .22,23). Quando ordena que nos regozijemos, Jesus está ciente do tipo de mundo em que vivemos, um mundo repleto de sofrimento . Ele confirma que parte desse sofrimento recairá sobre nós, seus discípulos: “… [Eles] os entregarão às sinagogas e prisões [ ... ] e eles entregarão alguns de vocês à morte. Todos odiarão vocês por causa o meu nome” (21.12,16,17): “Se o dono da casa foi chamado Belzebu, quanto mais os membros da sua família!” (Mateus 10.25); Se me perseguiram, também perseguirão vocês” (João 15.20).
Jesus sabia de tudo isso. Na verdade, ele ordena que o sigamos no caminho doloroso do amor (v. Mandamento 8). Por isso, a alegria que ele ordena agora (“nesse dia”, Lucas 6.23) não é entusiasmo. Não é alegria banal. Não é superficial nem marcada por frivolidade. Esse é o erro cometido por muitos cristãos e muitas igrejas. Pensam que esse mandamento de Jesus é para contar anedotas ou introduzir brincadeiras nas instituições cristãs. Não sinto num ambiente assim o clima de Jesus se encaminhando a Jerusalém. Algo está errado. Está errado porque falta o aroma do sofrimento. Para Jesus, o andamento da alegria é uma forma de conviver com o sofrimento e sobreviver a esse sofrimento. Por isso, essa alegria é séria. Lutamos por ela a ponto de cortar nossa mão (Mateus 5.30), vender nossos bens materiais (Mateus 13.44) e carregar uma cruz com Jesus até Calvário (Mateus 10.38,39). Ela tem cicatrizes. A alegria entoa canções alegres com lágrimas. Lembra as horas de sofrimento e sabe e outras virão. A estrada para o céu é penosa, mas é alegre.
A RAIZ DA SANTIDADE 
O mandamento de Jesus para nos regozijarmos é a chave que abre seu mandamento para a santidade. O poder purificador da vida espiritual e os aspirantes a discípulos de Jesus são sufocados “pelas preocupações, pelas riquezas e pelos prazeres desta vida” (Lucas 8.14). O que mais coopera para libertar essas videiras sufocadas é o poder de um prazer maior. Jesus disse que é “em sua alegria” que seus seguidores vendem tudo. É sua alegria que interrompe a sufocação produzida pelo pecado.
Muitos cristãos acham que o estoicismo é um bom antídoto para a sensualidade. Não é. Trata-se de uma fraqueza sem esperança e ineficaz. A religião movida pela força de vontade quase sempre fracassa e, mesmo que tenha sucesso, obtém glória para si mesma, não para Deus. Ela produz legalistas rigorosos, não pessoas que amam. Jonathan Edwards entendeu a falta de poder dessa filosofia:
Aproximamo-nos com forças redobradas dos pecadores, para convencê-los a ter uma vida piedosa [ ... ]. O argumento comum é a vantagem da religião, mas que lástima!, o homem pecador não está à procura de vantagem [moral]; é o prazer que ele busca. De agora em diante, lutaremos contra eles com suas armas.
A busca pelo prazer em Deus não é um compromisso com o mundo sensual, mas o único poder capaz de derrotar as concupiscências da vida enquanto produz pessoas que amam a Deus.
A RAIZ DA ALEGRIA NO SOFRIMENTO ESTÁ NA GRANDE RECOMPENSA: JESUS Jesus baseia nossa alegria presente explicitamente na esperança da grande recompensa. “Regozijem-se nesse dia e saltem de alegria, porque grande é a sua recompensa no céu … ” (Lucas 6.23). Ele não diz qual é a recompensa, mas no contexto de sua vida e mensagem, a recompensa principal é a comunhão com Jesus e com Deus, o Pai, por intermédio de Jesus (João 17.3,24). Diversos fatores apontam para esse entendimento. Por exemplo, Jesus diz aos discípulos pouco antes de sua morte: ” … agora é hora e tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, ninguém lhes tirará essa alegria” (16.22). A alegria incontida que Jesus promete baseia-se em sua presença: “Eu os verei outra vez”.
Jesus declara, de forma semelhante: “Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa” (João 15.11). A plenitude da alegria é mencionada por João Batista, e ele a baseia na presença de Jesus, comparando-o com um noivo, e ele próprio como amigo do noivo: ”A noiva pertence ao noivo. O amigo que presta serviço ao noivo e que o atende e ouve, enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, que agora se completa” (3.29). A alegria “completa” de João baseia-se na presença de Jesus.
Dessa forma, presumo que a essência da recompensa na qual confiamos para completar nossa alegria é a plenitude da presença de Jesus, que sentiremos um dia. Alegramo-nos agora não apenas porque guardamos essa futura comunhão com Jesus, mas também porque ele está conosco, por intermédio de seu Espírito. Ele nos fez esta promessa para quando retornasse ao Pai: “Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês” (14.18). Disse também: “Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28.20). Jesus declarou que, embora não estivesse mais fisicamente aqui, o Espírito da verdade viria a fim de glorificá-lo para nós: “Quando o Espírito da verdade vier, ele [ ... ] me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês” (João 16.13,14). Por isso, embora não possamos ver a Jesus agora, esperamos nele com grande alegria, e ele sustenta essa alegria com sua presença constante.
JESUS COMPRA E PROVÊ NOSSA ALEGRIA 
Como, então, obedeceremos ao mandamento de Jesus: “Regozijem-se [ ... ] e saltem de alegria”? Obedeceremos a esse mandamento encorajados pelo fato de Jesus ter-se oferecido para morrer a fim de perdoar nossos pecados – para perdoar nossa incapacidade de nos alegrarmos nele como deveríamos. Na última ceia, ele pegou o cálice de vinho e disse: “Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados” (Mateus 26.28). Foi para isto que ele veio: ” … o Filho do homem veio [ ... ] para [ ... ] dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45). Portanto, nossa alegria baseia-se neste sólido fundamento: Jesus derramou seu sangue para que nossa incapacidade de nos alegrarmos nele fosse perdoada.
Também somos incentivados a obedecer a esse mandamento porque ele prometeu interceder por nós de tal maneira, que o amor do Pai pelo Filho fosse sentido em nosso coração. Ele orou: “Eu os fiz conhecer o teu nome, e continuarei a fazê-lo, a fim de que o amor que tens por mim esteja neles, e eu neles esteja” (João 17.26). Reflita cuidadosamente nisto: o amor do Pai pelo Filho não é um amor de misericórdia, de perdão.
O Filho não tem pecado, não tem defeito. Não necessita de misericórdia. O amor do Pai pelo Filho é um amor de infinita alegria, admiração e companheirismo. Jesus prometeu que esse amor estaria em nós. Para mim, trata-se de uma promessa que Jesus nos fez de trabalhar em nós para que nossa alegria fosse a mesma alegria que o Pai tem no Filho. Não estamos sozinhos na missão de nos alegrarmos em Jesus. Ele próprio está empenhado em fazer essa alegria acontecer.
O MANDAMENTO DE NOS ALEGRARMOS EM JESUS COMO MEIO DE GLORIFICÁ-LO 
Finalmente, ao ler o compromisso de Jesus de glorificar o Pai e o Filho (João 17.1), deduzo que sua intenção de sustentar nossa alegria nele faz parte de nossa missão de glorificar o Pai e o Filho. Em outras palavras, alegrar-se no Pai e no Filho é essencial para glorificar – Deus. Se isso for verdade, teremos uma poderosa confirmação de nosso dever de buscar a alegria. Temos esse dever porque ele manifesta a glória de Deus.
Essa verdade deve fazer-nos tremer diante da tragédia de não nos alegrarmos em Deus. Devemos estremecer diante da indiferença terrível de nosso coração. Devemos despertar para esta verdade: é um pecado, uma deslealdade não buscar satisfação plena em Deus. Existe uma palavra final para buscar mais alegria na criação que no Criador: “traição”. Isso deve nos motivar a obedecermos ao mandamento de Jesus: “Regozijem-se [ ... ] e saltem de alegria”.
NÃO EXISTE LIMITE PARA A INTENSIDADE DA ALEGRIA EM JESUS 
É verdade que o desejo pela felicidade pode ser direcionado para objetos errados, mas esse desejo não pode ser forte demais. Jonathan Edwards defende essa idéia em seu sermão baseado em Cântico dos Cânticos 5.1: “Comam, amigos, bebam quanto puderem, ó amados!”. Edwards extrai a seguinte doutrina do texto: “As pessoas não necessitam e não devem estabelecer limites para seu apetite espiritual agraciado por Deus”. Ao contrário, ele diz, elas devem esforçar-se de todas as maneiras possíveis para inflamar seus desejos e obter mais prazeres espirituais. [ ... ] Nossa fome e sede por Deus, por Jesus Cristo e pela santidade não podem ser grandes demais em relação ao valor dessas coisas, porque são coisas de valor infinito, [ ... ] Esforcem-se [portanto] para promover apetites espirituais, deitando-se no caminho da fascinação. Não existe excesso na ingestão desse alimento espiritual. Não existe a virtude da temperança no banquete espiritual.
Portanto, sinta-se encorajado, porque Deus o fez para alegrar-se nele. Não se conforme com nenhuma alegria menor. Deite-se no caminho da fascinação, isto é, concentre o olhar no tesouro plenamente satisfatório de Jesus Cristo, que nos amou e entregou sua vida em resgate por muitos, para nossa alegria permanente.
Para refletir
  • O mandamento de Jesus de nos alegrarmos nos ensina que muitas vezes estamos procurando alegria em lugares errados. Você é capaz de identificar isso em sua história de vida?
  • Como é possível viver a autonegação e ainda viver em plena alegria?
  • Por que a alegria é também uma chave para a santidade?
  • Segundo o autor, a alegria no sofrer existe em função de uma recompensa maior. Que recompensa é essa?
  • Por que alegrar-se não é uma opção, mas um mandamento que devemos pôr em prática?

Livro “O QUE JESUS ESPERA DE SEUS SEGUIDORES”

   Autor: John Piper – PREFÁCIO DE CARLITO PAES

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